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As festas juninas no Brasil – Viva São João

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Festa junina no Pelô

As festas juninas têm sua origem nas comemorações do solstício de verão celebradas pelos povos germânicos e romanos. Fogueiras e balões faziam parte desses rituais, assim como danças e cânticos que prestavam homenagens a diversos deuses em busca de garantir uma boa colheita e fertilidade. Na transição da Idade Antiga para a Idade Média e com a cristianização desses povos, as festividades passaram a ser assimiladas pela Igreja Católica. Assim no mês de junho, no catolicismo, o culto a deuses pagãos foram substituídos pelas comemorações de Santo Antônio, São João e São Pedro.

Com a colonização do Brasil pelos portugueses, país onde a cultura católica se desenvolveu com muita força na Idade Média, as festividades juninas foram se estabelecendo e ganhando ao longo do tempo sua própria identidade.

Mas, não foram apenas os costumes portugueses com a dança das fitas que influenciaram a formação de nossas festas juninas. Da França veio a dança marcada dos nobres – quadrille – e as palavras de comando como anarriê (en arrière = volta), alavantú (en avant tous = para a frente) e balancê (balançoire = movimentar-se ou dançar). As fogueiras e os balões foram mantidos nas comemorações. E até os chineses tiveram sua contribuição com os fogos de artifício.

E, assim, mantendo características herdadas da Europa como a celebração dos dias santos e a mesclagem de elementos típicos das culturas indígena e africana do interior do Brasil, nossas festas juninas tomaram forma própria, inclusive na culinária. Por isso, trazemos para vocês algumas das receitas mais típicas de nossa cozinha junina e outras que foram incorporadas e adaptadas ao longo dos anos. Dentre elas estão a geleinha de cachaça da chef Heloísa Bacellar, como a maçã do amor e o pé de moleque do chef Adri Vicente.

Curiosidades

A quadrilha

Quadrille
The first quadrille at Almack’s – The Reminiscences and Recollections of Captain Gronow (1892)

A dança francesa quadrille, dançada a quatro pares, era considerada chique pelos portugueses e chegou ao Brasil no século 19 para as festas da elite. Aos poucos, foi incorporando elementos da cultura local e virou a nossa quadrilha.

As fogueiras

As diferentes fogueiras das festas juninas

Para cada santo comemorado nas festas juninas existe um tipo de fogueira, sabia? Sim, cada santo com sua fogueira. Para Santo Antônio, o formato da fogueira tem a base de um quadrado, também chamada de chiqueirinho. Para São João, em que as chamas ganham aquele formato cônico, a sua base é circular. E São Pedro não podia ficar fora dessa e ganha uma fogueira com base triangular.

Bandeirinhas

Bandeiras festas juninas

Conhecidas como o principal enfeite decorativo das festas juninas, as bandeirinhas surgiram como forma de homenagem aos três santos conhecidos como “padroeiros” das Festas Juninas: Santo Antônio, São Pedro e São João. As imagens dos santos eram pregadas nas bandeiras coloridas e imersas em água, rito conhecido como lavagem dos santos. De acordo com a crendice popular, a água purifica todos aqueles que se molham com ela. O tempo foi passando, as bandeirinhas diminuindo de tamanho, mas continuam até hoje com a mesma simbologia: de purificar o ambiente da festa.