As festas juninas têm sua origem nas comemorações do solstício de verão celebradas pelos povos germânicos e romanos. Fogueiras e balões faziam parte desses rituais, assim como danças e cânticos que prestavam homenagens a diversos deuses em busca de garantir uma boa colheita e fertilidade. Na transição da Idade Antiga para a Idade Média e com a cristianização desses povos, as festividades passaram a ser assimiladas pela Igreja Católica. Assim no mês de junho, no catolicismo, o culto a deuses pagãos foram substituídos pelas comemorações de Santo Antônio, São João e São Pedro.
Com a colonização do Brasil pelos portugueses, país onde a cultura católica se desenvolveu com muita força na Idade Média, as festividades juninas foram se estabelecendo e ganhando ao longo do tempo sua própria identidade.
Mas, não foram apenas os costumes portugueses com a dança das fitas que influenciaram a formação de nossas festas juninas. Da França veio a dança marcada dos nobres – quadrille – e as palavras de comando como anarriê (en arrière = volta), alavantú (en avant tous = para a frente) e balancê (balançoire = movimentar-se ou dançar). As fogueiras e os balões foram mantidos nas comemorações. E até os chineses tiveram sua contribuição com os fogos de artifício.
E, assim, mantendo características herdadas da Europa como a celebração dos dias santos e a mesclagem de elementos típicos das culturas indígena e africana do interior do Brasil, nossas festas juninas tomaram forma própria, inclusive na culinária. Por isso, trazemos para vocês algumas das receitas mais típicas de nossa cozinha junina e outras que foram incorporadas e adaptadas ao longo dos anos. Dentre elas estão a geleinha de cachaça da chef Heloísa Bacellar, como a maçã do amor e o pé de moleque do chef Adri Vicente.
Curiosidades
A quadrilha
A dança francesa quadrille, dançada a quatro pares, era considerada chique pelos portugueses e chegou ao Brasil no século 19 para as festas da elite. Aos poucos, foi incorporando elementos da cultura local e virou a nossa quadrilha.
As fogueiras
Para cada santo comemorado nas festas juninas existe um tipo de fogueira, sabia? Sim, cada santo com sua fogueira. Para Santo Antônio, o formato da fogueira tem a base de um quadrado, também chamada de chiqueirinho. Para São João, em que as chamas ganham aquele formato cônico, a sua base é circular. E São Pedro não podia ficar fora dessa e ganha uma fogueira com base triangular.
Bandeirinhas
Conhecidas como o principal enfeite decorativo das festas juninas, as bandeirinhas surgiram como forma de homenagem aos três santos conhecidos como “padroeiros” das Festas Juninas: Santo Antônio, São Pedro e São João. As imagens dos santos eram pregadas nas bandeiras coloridas e imersas em água, rito conhecido como lavagem dos santos. De acordo com a crendice popular, a água purifica todos aqueles que se molham com ela. O tempo foi passando, as bandeirinhas diminuindo de tamanho, mas continuam até hoje com a mesma simbologia: de purificar o ambiente da festa.